isso é título
(eu me tremi toda escrevendo o texto e ainda preciso pensar num título? socorro viu)
disclaimer: tô aprendendo a mexer nesse negócio de newsletter, então tenham paciência que eu sou lerda pra essas coisas :~
dito isso, aqui vai:
faz algumas semanas que comecei a considerar começar uma newsletter, mas algo me travava e eu simplesmente não conseguia. talvez seja apenas o medo de falhar em mais alguma coisa... pera. falhar não. eu preciso ser um cadinho mais generosa aqui. a verdade é que durante a vida, eu comecei inúmeras coisas. tenho uma lista interminável de hobbies que eu simplesmente... abandonei. não significa que eu falhei né? significa que minha cabecinha não funciona de maneira 100% linear. pois bem. por esse motivo, quero dizer que essa newsletter - caso ela continue seguindo após essa postagem – será quinzenal, assim eu sinto que posso me preparar melhor para qualquer imprevisto que minha cabeça queira arranjar. talvez com o tempo mude, vamos ver, sei de nada ainda. então assim: quintas feiras, quinzenalmente, em algum horário entre 17 e 18 horas).
uma outra dificuldade que eu tinha em começar é: como começar? como se faz a primeira postagem de uma newsletter? do que raios eu falo?? já começo com o tema que eu quero falar aqui??? me apresento????? mas pq me apresentaria se a newsletter não vai ser sobre mim????????? pois bem, sobre o que então será essa newsletter??????:::::
a princípio, mulheres artistas. mas a princípio também, muitas outras coisas.
vamos lá, deixa eu tentar organizar minha cabeça aqui.
eu pesquiso mulheres artistas faz algum tempinho já, desde 2014/2015, por ali. entrei no curso de artes visuais em 2011 por simplesmente não ver outra opção pra mim. queria cursar fotografia, mas não tinha aqui na cidade e eu recém tinha feito 17 anos, então minha mãe pediu pra eu esperar até os 18 anos pra me mudar. a verdade é que quando eu comecei o curso, eu não gostei muito não. não me dava bem nas aulas “práticas” porque não tinha uma pesquisa em nada e as aulas “teóricas”... não sei dizer, sabia que faltava alguma coisa, mas não sabia o que.
no quinto semestre (e naquele ponto tinha decidido terminar o curso e só então me mudar) eu tive a minha primeira aula de performance e preciso dizer que tudo mudou ali. não, eu não virei subitamente uma grande performer e não foi só a performance em si que despertou tanto assim o meu interesse, mas sim as aulas, que de modo geral, mudaram completamente minha vida. digo com tranquilidade. a disciplina era ministrada pelo professor marcelo, que conduzia as aulas lindamente, fazendo com que teoria e prática conversassem de fato, como nunca tinha visto anteriormente. ali, também aconteceu uma coisa que eu tinha visto pela primeira vez: ele apresentava majoritariamente mulheres artistas, coisa que depois, parando pra pensar, era extremamente raro, tanto nas aulas teóricas, quanto práticas. foi ali que eu percebi o que me incomodava tanto em diversas disciplinas, o motivo de eu nunca me encontrar em lugar algum, já que de maneira geral (e ainda bem né), eu não me identificava com nenhum homem europeu que me era apresentado.
em questão de um mês de aula, vi toda a minha cabecinha mudar. me dei conta desse interesse em mulheres artistas que trabalhavam com o corpo e também com a relação entre espaço publico e privado e decidi que queria que o professor marcelo me orientasse no tcc (que começaria a acontecer só dali um ano, mas né, a pessoa aqui é extremamente ansiosa).
pois bem. num primeiro momento, minha pesquisa foi apenas pro caminho das mulheres artistas que trabalhavam com seus corpos em seus trabalhos, mas por um acaso do destino, as coisas mudaram um pouquinho e pra poder me aprofundar, vou citar a mim mesma, em um pedacinho da minha dissertação – e também porque autocitação é muito chique.
em 2015, quando estava começando a pesquisa pro meu trabalho de conclusão de curso na unesc, a universidade do extremo sul catarinense, eu entrei no instagram para passar o tempo. uma das imagens que encontrei lá, foi uma fotografia com a frase da artista frida kahlo, que dizia “i am my own muse”, que em uma tradução literal seria “eu sou minha própria musa”. eu amei essa frase, pois na época estava pesquisando mulheres-artistas e então a ideia de ser a sua própria musa fez com que eu aprofundasse minha pesquisa em autorretratos. o “problema” é que quando fui pesquisar o que originalmente frida disse, encontrei “me pinto a mí misma porque estoy con frecuencia sola y porque soy la persona a cual mejor conosco”, e a tradução - que seria “pinto a mim mesma porque estou com frequência sozinha e sou a pessoa que melhor conheço”, acabou ficando um pouco diferente, mas ainda assim, me aproprio da sentença e meu tcc é então chamado “eu sou minha própria musa: reflexões sobre o processo artístico feminino na história da arte”.
dito tudo isso, sobre o que então vai ser essa newsletter????????
a resposta é clara e óbvia: eu não sei ainda. pelo menos, não direito. em sua grande maioria, as postagens aqui serão sobre mulheres artistas, com um foco ainda maior nas mulheres que trabalham que com um pesquisa autobiográfica, mas falando sério, eu sou extremamente egocêntrica e as vezes minha cabeça não funciona direito, como eu comentei anteriormente, então é possível que em algum dia aleatório eu queira só falar de algum texto ou livro ou filme ou exposição que eu vi, porém tudo dentro dessa perspectiva eu-sou-minha-própria-musa de ser e estar. talvez eu poste um pouco sobre a minha dissertação aqui também? talvez. quem poderá saber né? (eu. eu poderia saber. mas eu não!!!!!! sei!!!!!!! desculpa!!!!!!!!)
pra ficar chique de novo e mostrar que eu sou estudada (cofcof) trouxe uma citação que eu gosto muito:
falarei sobre a escrita das mulheres: o que será dela. a mulher deve escrever por si mesma: escrever sobre mulheres e fazer as mulheres chegarem à escrita, das quais foram removidas tão violentamente quanto foram de seus corpos; e pelas mesmas razões, pela mesma lei, pelo mesmo propósito mortal. a mulher deve ir de encontro ao texto - no mundo e na história - pelo seu próprio movimento. [...] Eu escrevo isso como uma mulher para as mulheres.
por enquanto é isso!
espero que goste do que está por vir (caso alguma coisa mais venha!!!!!!!).
ref da citação ali de cima:
(CIXOUS, 1975. Tradução de ramonlvdiaz). Disponível em: http://holostasis.blogspot.com/2018/01/o-riso-da-medusa-medusas-laugh-by.html?q=o+riso+da+medusa, acesso em 23/02/2023.